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quinta-feira, 4 de agosto de 2011


Aceitei que deveria levar dentro de mim o projétil que não havia como retirar, a bala que se alojou num ponto que impossibilitava a extração. Um médico me diria, se eu tivesse procurado um médico, que é preciso se acostumar com esse corpo estranho e levar uma vida normal, como se nunca tivesse sido atingida. (…) este é você, que não permite que a mulher ao seu lado tenha um único minuto de pensamento próprio, pois sabe que se ela tiver tempo de usar os neurônios, irá desconfiar de sua natureza impulsiva, intempestiva, alucinada, portanto, antes que ela racionalize sobre a cilada que está se metendo, você já a cercou com todo o romantismo e com toda a lábia e com toda a parafernália que faz de você um homem que não existe.

Martha Medeiros.

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